Dizer que falta crítica em um blog voltado para a crítica, não é novidade alguma. O que parece novo é ver que, mesmo no final de outubro (que já é a reta final para os alunos do segundo ano de Jornalismo na produção do blog), existe ainda uma confusão na construção e na abordagem de temas. Crítica não é aquela matéria feita pensando em publicação para jornal, de caráter informativo. O exercício da crítica exige opinião.
A impressão que se tem é que os alunos não perceberam o intuito do espaço. Nas primeiras edições de 2011 era possível observar alguns títulos que pareciam manchetes de jornal. E a construção não avançou muito nesse sentido. Trazer fala da Prefeitura nos textos é um exemplo simples de mostrar a confusão feita pelos alunos. O intuito do blog não é esse. Na editoria Em Cena também se pode observar a construção feita focada em um caráter informativo. Expressões como “a esperança de todo o público” não devem ser utilizadas. Que público? Dá a impressão que o autor teve contato com “todo o público”, o que, certamente, não ocorreu.
É preciso cuidado com a informação, e também com a crítica. Na editoria Entrelinha a autora apresentou uma boa pauta, mas não soube explorar. As descrições são importantes na medida em que situa o leitor, mas isso não implica deixar a crítica para as duas últimas linhas. Na editoria Projetor a crítica também se mostra discreta, e apenas no último parágrafo. Em Antena o autor também trouxe uma pauta nova e interessante. Uma sacada. E a crítica? O que se vê nas linhas são pequenos apontamentos para a crítica que, se mais explorados, apresentariam outro perfil de texto, de conteúdo, e, de leitores.
Portanto, o problema não é falta de assunto (mesmo com a ausência da editoria Livro Aberto esta semana). Também não se pode dizer que os alunos não sabem identificar que ponto podem criticar, já que eles mostram pequenos ensaios de um crítica. A questão chave está na abordagem. Matéria de caráter informativo para jornal é uma coisa. Texto crítico sobre um produto/evento/lugar é outra coisa. Não tem porque confundir.
Samara Machado