Poema de Walt Whitman vira peça de teatro com valorização do corpo humano em sua perfeição e liberdade
A perna, os pés, o braço, as mãos, o tórax, a cabeça, o corpo. A temática principal da peça “Eu canto o corpo elétrico”, adaptada de poemas do autor norte-americano Walt Whitman, traz a linguagem corporal e a função do corpo para o debate. O uso do corpo em cena tem importância equivalente ao texto.
A Companhia Ir e Vir traz ao palco corridas, passos largos e pequenos, alongamentos e saltos e também nudez. De certa forma, uma nudez que alude a poética e menos ao erotismo. Isso acontece pelas expressões transmitidos a partir de movimentos corporais. Com a nudez pretende-se representar a liberdade do corpo, a qual as roupas não permitem.
Esta foi uma das discussões levantada após a peça, em que a liberdade do corpo humano, ou a falta dela, texto e movimentos indicam que o uso de roupas e convenções sociais limitam, prendem e escondem o que é belo, segundo o autor. Seja gordo, magro, esguio, proporcional, torto, o culto da peça é sobre o corpo, o uso e a complexidade dele, não importando forma e sexo. Exemplo disso é que não se mostra uma mulher para representar o corpo feminino durante a apresentação.
A peça fez uso de poucos objetos em cena, alguns tablados de madeira e uma bandeira dos Estados Unidos. A bandeira, por não ter função aparente em cena, não parece apresentar um significado claro ao contexto da peça, o que pode confundir o espectador.
Maria Luísa Cerri
Serviço:
Grupo: Cia Ir e Vir, São José do Rio Preto – SP
Duração: 45 minutos
Classificação: 14 anos
A peça foi apresentada no dia nove de novembro, às 22h, no Cine-Teatro Ópera, em Ponta Grossa.