Leveza e simplicidade caracterizam a peça “O Broto” no terceiro dia do Fenata
O terceiro dia da mostra competitiva do 42º Fenata foi muito bem representado pela companhia paulista Di Atus, nesta sexta-feira, dia 07. Com o espetáculo “O Broto”, o grupo levantou e arrancou da plateia uma longa e acalorada salva de palmas.
Ao contar a história de um menino chamado José, e as dificuldades enfrentadas ao longo de sua vida, com o auxílio de objetos simplórios como lanternas e luminárias antigas, a peça tem uma simplicidade que encanta. Os seis atores se revezam no palco para representar as diferentes fases de sua vida, mas isso não interferiu no entendimento da peça, que teve as passagens bem delimitadas no tempo e no espaço durante a apresentação.
Foto: Kimberlly Safraide/Lente Quente
A história de um menino pobre, com uma infância difícil, sem muitos amigos e nem apoio da família causou comoção na plateia, que torcia pela superação dos traumas de José. Em cenas fortes, como nas quais em que o pequeno José apanhava de seu pai, era perceptível a comoção do público e até uma sensação de desconforto, pois o enredo procurava tirar o espectador da sua zona de conforto e faze-lo refletir.
A trilha sonora contribuiu para o sucesso do espetáculo, que foi intercalado por canções entoadas pelos próprios atores, e acompanhada por um músico ao lado do palco. As músicas fizeram não menos do que representar tudo o que não pode ser dito apenas com palavras, trazendo ainda mais charme e delicadeza à interpretação.
A essência do ser humano, e especialmente da criança em si, foi muito bem traduzida e representada através da leveza e cumplicidade dos atores, da poesia expressa a cada cena durante os 80 minutos da peça e da musicalidade com a qual os integrantes atuavam.
Marina Scheifer