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15/05/2013

Enfim, o Crítica avança!

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     Chegou a décima edição do Crítica de Ponta em 2013 e a equipe demonstra uma evolução incontestável. Os problemas de gramática, edição, construção frasal e colocação de vírgulas ainda estão presentes, como quando o texto “Esporte de maneira informal” afirma que o programa cobre “eventos locais poucos divulgados na cidade”, e na linha de apoio do texto “Você encara uma ‘DR’?”, em que a colocação de vírgulas torna a frase ambígua. Mas as falhas diminuíram perceptivelmente e não atrapalham o entendimento das críticas.

     Contudo, com o problema de redação quase superado, outros problemas vêm à tona. A adjetivação é um deles, e aparece em trechos como “Além de ser um ambiente agradável para ir com os amigos”, do texto “Bola Treze (re)abre portas ao público” e, principalmente, “Forte, mas não amargo; bem encorpado, mas não enjoativo”, da crítica de Pratos e Drinks. Vale lembrar que todo adjetivo, quando não embasado em informações, enfraquece a crítica.

     Também é preciso tomar cuidado com a posição do crítico. O texto “Um amado (e amargo) café”, por exemplo, dá a impressão de ser uma propaganda do espaço, com destaque para a frase “mas nada supera a qualidade do café”. Pode não ser intencional, mas o Crítica de Ponta deve evitar ao máximo essa impressão. O texto também peca por fugir da premissa da editoria Pratos e Drinks e parecer uma crítica de Outros Giros.

     A decisão de pautas ficou interessante, com destaque para os textos de Entre Linhas e Em Cena, que possuem forte apelo social, e para o texto “Eugenio de todas as crenças”, que dá valor para a produção musical ponta-grossense. A maioria dos serviços ficou suficientemente explicativa, mas alguns ainda falham por não apresentar o preço do produto/ingresso, o que é o caso das editorias Livro Aberto, Vitrola e Outros Giros.

     Quanto à divisão entre crítica e descrição, a edição apresentou melhorias. Nenhum dos textos pode ser taxado de apenas descritivo, mas ainda há muito no que avançar. O texto “Eugenio de todas as crenças”, por exemplo, consegue uma excelente contextualização, mas manifesta uma crítica musical rasa.

     Outro elemento a ser citado aparece no segundo parágrafo do texto “Você encara uma ‘DR’?”, que apresenta revelações sobre o enredo. Apesar de a informação ser bastante ilustrativa para o entendimento do livro, contar o final da história costuma gerar desagrado nos leitores.

     Enfim, apesar dos deslizes, vale destacar que a produção do Crítica de Ponta exibiu uma evolução marcante e que, se tal característica se mantiver, o aprendizado da disciplina pode  avançar, enfim, no seu real objetivo: a produção crítica. Agora, sem os estorvos de uma escrita inadequada.

Rubens Anater